Nuno Cabrita

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WITH SAME DISBELIEF ...

I don't know why I'm attracted to storks, probably because of their size or their silhouette, it's very likely that it is, or simply because they are beautiful birds. But also for some cultural aspect that is rooted in our society, the storks, those birds that brought babies. Popular folklore combined with human imagination is always something to take into account, I'm being ironic.

It's been a couple of decades, but not that many, since white storks were endangered as a species, by which I mean seriously endangered. Needless to say, the unbalancing factor was the actions of the usual suspect.

After all these years, an endless number of conservation actions, goodwill and hardended effort of so many the white stork there recovered as a species, however, we are present in everything. Our action influences everything, mostly in a way that unbalances the natural balance of things. 

Migration flows have been largely interrupted, the climate in Europe, alias, everywhere is frankly warmer, there is a constant and easy availability of food. Our society has evolved in a way that concern for the environment is a factor that is not against it.

Nowadays storks are a daily presence in landfills, they are so normal there that they are already part of that landscape. There are cases where the nests themselves are made in the very territorial coverage of the landfills.

Photographing there is a peculiar experience, our senses are not prepared for that reality, especially the sense of smell, however, if we have the ability to abstract ourselves from the context. We find a landscape with its own aesthetic where the variety of colours is a constant press. Much due to the overwhelming amount of plastic that is deposited there.

As always, I don't go for the biology or ecology of the thing, but for the aesthetics of the image. Conservation and attention-calling does not always have to be done with violent images.


Não sei a razão pela qual me sinto atraído por cegonhas, provavelmente pelo porte ou sua silhueta, é bem provável que assim seja, ou simplesmente porque são aves bonitas. Mas também por algum aspeto cultural que se encontra enraizado na nossa sociedade, as cegonhas, aquelas aves que traziam os bebés. O folclore popular aliado à imaginação humana é sempre algo a ter em conta, estou a ser irónico.

Faz umas décadas, mas não tantas quanto isso, que as cegonhas-brancas estiveram em risco enquanto espécie, entenda-se o risco como tendo sido mesmo sério. Escusado será dizer que o fatores de desequilíbrio foram as ações do suspeito do costume.

Passado todos estes anos, um infindável número de ações de conservação, boa vontade e esforço afincado de tantos a cegonha-branca lá recuperou enquanto espécie, no entanto, nós estamos presentes em tudo. A nossa ação influi em tudo, em grande maioria de uma forma que desequilibra o balanço natural das coisas.

Os fluxos migratórios foram em grande parte interrompidos, o clima na europa, alias, de todo o lado está francamente mais quente, existe uma disponibilidade constante e fácil de comida. A nossa sociedade evoluiu de uma forma, em que a preocupação para com o meio é factor que não se tem em contra.

Hoje em dia as cegonhas são presença diária nos aterros sanitários, são tão normais por lá que já fazem parte daquela paisagem. Casos existem onde os próprios ninhos são feitos na própria abrangência territorial dos aterros.

Fotografar lá é uma experiência peculiar, os nossos sentidos não estão preparados para aquela realidade, principalmente o olfato, contudo, se tivermos a capacidade de nos abstrair do contexto. Encontramos uma paisagem com uma estética própria em onde a variada de cor é uma prensa constante. Muito devido à quantidade avassaladora de plástico que lá é depositado.

Como sempre não vou pela biologia ou ecologia da coisa, mas sim pela estética da imagem. Conservação e chamada de atenção não tem sempre que ser feita com imagem violentas.

Making Of